terça-feira, 30 de outubro de 2007

The machine is us/ing us

Para quem não viu, vale a pena ver esse vídeo. Explica de uma maneira mais do que clara e criativa o que é a web 2.0 e a web em geral. Ele foi feito pelo professor de antropologia cultural da Universidade do Estado de Kansas, Michael Wesch, que produziu e gravou tudo em sua casa. Legal que ele disponibilizou o vídeo para que as pessoas possam baixar e inclusive alterá-lo, só pedindo para dar crédito à ele. O link no Youtube onde tem mais informações sobre o vídeo é http://youtube.com/watch?v=NLlGopyXT_g. Vale dar uma olhada nos outros vídeos que ele postou. Também são muito interessantes.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Vídeo do Steve Krug

Achei um vídeo bem legal do Steve Krug, autor do livro "Não me faça pensar!". É bem bacana, pois ele explica vários dos conceitos e idéias desenvolvidos no livro. Aliás, quem trabalha com web de alguma forma e ainda não leu, recomendo que leia. Basta clicar no "Play Video" naquele destaque azul com a foto dele (é sempre bom explicar o que fazer, pois tem gente que não acha o link...).

CD: alguém sabe quando é o velório?

O CD está morto, mas ninguém contou para ele ainda. Não estou falando nenhuma novidade (embora ainda tenha gente que ache que não, pessoas obsoletas como eu...), mas acho que vale discutir um pouco esse assunto, pois ele nos leva a algumas conclusões interessantes. Mais que a pirataria, o grande inimigo do CD é o download gratuito de músicas. A pirataria nada mais é do que uma ação de guerrilha, uma "democratização" de um bem de consumo que está fora do poder aquisitivo de grande parte da população. Para acabar com a pirataria, basta baixar o preço do CD. Quem compraria um CD pirata tendo um oficial por um preço igual ou levemente superior? O CD pirata não altera em nada a forma e o hábito do consumo das pessoas. Elas compram da mesma forma e o consomem da mesma forma.

Não é aí que mora o perigo. O perigo está no download gratuito. Por quê? Porque ele altera justamente a forma e o hábito de consumo das pessoas e inclusive o formato do próprio produto. Elas não pagam nada para consumir o produto e não vêem nada de errado nisso. Eu baixo, você baixa, todo mundo que tem acesso a um computador e uma conexão razoavelmente rápida em casa, no trabalho ou na casa de um amigo baixa também. E não fica nem vermelho. E nem saímos de casa para isso. Isso sim é democracia! Podemos ouvir tudo o que temos vontade e decidir o que realmente nos interessa e o que não nos interessa. Ruim para aquelas bandas de uma música só...

Também altera o nosso hábito de consumo do produto. A música em formato digital pode ser reproduzida em diferentes mídias. No seu Ipod quando está na academia, no seu celular quando está no ônibus, no seu computador quando está no trabalho, em um CD-RW no seu rádio do carro que toca MP3 e até em CDs, caso você queira. Há alguns anos atrás (não faz muito tempo não, talvez 5 ou 6 anos) em cima da minha mesa eu tinha uma pilha de CDs que eu ouvia durante o trabalho. 10 ou 15 CDs. Hoje eu não tenho nenhum em cima da mesa, mas tenho mais de 100 no meu micro. O que isso significa: que o CD é uma mídia ultrapassada. Fadada a morrer. Só não marcaram a data do enterro ainda.

No entanto, isso nos traz outras reflexões que vou deixar para um outro post. Qual o impacto disso na indústria fonográfica, quando eu baixo o que eu quero, e o produto que eu consumo é exclusivamente a música, sem imagens, displays, brindes, etc? Deixe o seu comentário. Semana que vem posto a minha visão sobre o assunto e o que eu acho que vai acontecer.

Estamos ficando obsoletos...

E eis que finalmente tomei coragem (e a iniciativa) e resolvi criar um blog para expor os meus pensamentos e compartilhar com quem tiver interesse em trocar idéias comigo algumas das minhas divagações a respeito do mundo digital e da realidade do trabalho em uma agência digital. Estava me sentindo totalmente obsoleto. Trabalho com web, analiso tendências, novidades do mundo digital e ainda não tinha entrado na era dos blogs. Realmente, admito, estava ficando vergonhoso...

Mas, afinal, aí está. E é justamente esse tema que gostaria de discutir nesse meu primeiro post (não vou colocar "Hello World", né...). Hoje estava almoçando com meu amigo e colega de trabalho Lucio Aquino e fiz essa frase de impacto: "Lucio, estamos ficando obsoletos!". Ele não concordou muito comigo, mas vamos aos fatos:

1) Eu escrevo no msn, em e-mails e até em torpedos (que foram daquelas coisas que inventaram para ninguém com pouco paciência digitar) com o português correto, com acentuação e pontuação. Tudo certinho. E ainda reviso antes de mandar!
2) Se quero falar com um amigo meu, não mando torpedo. Ligo para ele. Aliás, não consigo entender como uma pessoa pode trocar mensagens como "E aí, o que tu tá fazendo" por celular ao custo de uns R$ 0,25 por mensagem (e essa é só a primeira de muitas mensagens).
3) Não acho que ver um filme no computador possa substituir a experiência de ver um filme no cinema

Além desses exemplos, devo ter outros, mas acho que esses são suficiente para provar o meu ponto de vista: as pessoas da minha geração não são parâmetro para avaliarmos o impacto da web nos hábitos das pessoas. Crescemos em uma época em que o computador era caro pacas. Só os meus colegas mais abonados tinham e olhe lá! Internet então, nem pensar. O fato é que a base da nossa formação foi feita numa realidade que não existe mais. Por isso que por mais que eu seja um profissional que atua no mundo digital e procure me atualizar com as mais diversas tendências e experimentar todas elas para avaliar como posso utilizá-las no meu negócio, ainda tenho resistência em abrir mão de velhos hábitos. Hábitos esses que a geração que hoje está entrando na linha de consumo não tem.

Por isso, quando fizermos avaliações sobre qual será o futuro da indústria fonográfica, indústria cinematográfica, relacionamento com consumidores, temos que nos despir de todo e qualquer pré-conceito que tenhamos. Temos que entender como a nova geração pensa, como eles interagem com o meio para ver realmente o que vai pegar e o que não vai.

Tenho uma filha de 5 anos e é impressionante a facilidade com que ela navega na Internet para jogar em sites como os da Barbie, Polly Pocket, Discovery Kids, etc. Ela ainda não está alfabetizada, por isso ainda pede para eu digitar o endereço dos sites, mas a partir daí ela assume o controle e navega e interage com os sites totalmente sem medo e sem preocupação. Ela sabe que se errar o caminho pode voltar e tentar de novo. Ao contrário da minha mãe que morre de medo do mouse...

Por isso, por mais que estejamos por dentro das tendências, não somos parâmetro para uma análise do futuro. Estamos nos tornando obsoletos, querendo ou não...