quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Interações com Wii

Para quem não sabe, o Wii é um novo videogame da Nintendo que se caracteriza pela interação entre o jogador e a tela através de um controle remoto. Esse controle remoto contém uma câmera infra-vermelha que capta os movimentos do jogador e reflete no jogo na tela. Além do fator revolucionário do game por si próprio (o jogador se movimenta jogando!), ele está abrindo novas possibilidades quando integrado a um PC com webcam. Para variar, sempre tem um Japa metido na história... Um cara chamado Johnny Chung Lee começou a fazer alguns experimentos em casa e disponibilizou no seu site alguns vídeos e tutoriais sobre como utilizar o Wii para fazer interações com uma tela de computador. Posto abaixo os vídeos que ele colocou no seu site. Agora, pensem comigo: se um cara consegue fazer isso em casa, com essa tecnologia, mesmo que ela não esteja destinada para isso, o que poderemos fazer com a tecnologia aplicada corretamente? Ela já existe, só basta ser aplicada de outras formas. Obrigado ao Rodrigo Roesler pela dica!








domingo, 23 de dezembro de 2007

O recall que saiu pela culatra

Todos já devem ter ouvido ou visto algo da campanha do Sentra, novo carro da Nissan. Tá bem, nem é tão novo assim. Mas o que eu quero falar não é da campanha. É do recall que ela teve. Todo mundo conhece a campanha, lembra do jingle, já ouviu falar do case e acha o máximo. No entanto, esses dias eu falei do Sentra para uma pessoa e ela não lembrava do carro. Quando eu falei "aquele do tiozão" a pessoa lembrou na hora! Ou seja, ótimo recall! Só que errado. Toda a campanha foi orientada para desvincular a imagem do carro de que ele era um carro para um homem mais velho, um tiozão por assim dizer. Só que, ao menos para mim, o que ficou foi justamente o "tiozão". Ou seja, o carro que não era para ser de tiozão, é lembrado por mim como o "carro do tiozão". Só eu penso assim ou mais alguém também tem essa imagem?

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Viral por uma boa causa

Essa é indicação do Guilherme Land. Uma figura, totalmente cara-de-pau, estava falando com a namorada e disse que qualquer idiota poderia ter um site na Internet e gerar milhões de hits, simplesmente porque as pessoas estão na maior parte do tempo entediadas. A namorada afirmou que ele era um imbecil e que nunca conseguiria esse resultado. Após muita discussão eles fizeram uma aposta: se ele não conseguisse fazer um site que tivesse 74.251.867 de hits ele concordaria que era um idiota. Mas caso ele conseguisse, ela teria que topar fazer um ménage-a-trois com ele e outra garota junto. E não é que ela topou!!!

Segundo o figura descreve na sua página no MySpace, ele já recebeu diversos contatos de jornais, sites, televisões de todo mundo para fazer uma entrevista e contar essa história.

Por isso, ajudem o pobre rapaz a realizar uma das maiores fantasias masculinas. Faça um idiota um homem feliz!

Verdades sobre o Gol

Vejam que interessante essa campanha desenvolvida para o Gol, carro da Volkswagen. A idéia foi pegar aquele estilo de texto que já rolava na Internet exaltando as qualidades quase extra-terrestres do Chuck Norris (o mais célebre), Jack Bauer, Obina, Sandro Goiano para exaltar as qualidades do Gol. Abrindo a possibilidade do usuário contribuir criando as suas "verdades" sobre o Gol, a VW gerou uma valorização da marca bem bacana, gerando uma interação de qualidade com o público. Outro ponto a destacar é a seção "Verdades de Verdade" em que os usuários colocam depoimentos verdadeiros sobre a sua experiência com um Gol. Além de gerar um senso de "orgulho" no usuário que tem ou teve um Gol, traz uma lista de depoimentos e testemunhais aprovando o carro. Grande sacada!

Photoshop online

Essa é indicação do André Godinho. O SplashUp é um Photoshop que funciona na web! Você pode pegar suas fotos cadastradas no Flickr, Picasa ou no seu computador mesmo e tratá-las na web, como se estivesse trabalhando no Photoshop. Interessante que eles procuraram manter as mesmas definições de palhetas, links e interface do Photoshop, facilitando bastante a adaptação do usuário ao software.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

O misterioso novo filme do criador do Lost

Essa notícia eu li no Globo.com e é muito bacana. O produtor e roteirista JJ Abrams, um dos criadores do Lost está lançando um novo filme. O que vale a nota no blog é a forma que ele está lançando esse filme. Primeiramente, ele lançou nos cinemas dos EUA e na Internet um misterioso vídeo. Esse vídeo aparenta ser uma filmagem amadora de uma festa de despedida de um carinha. A festa então é interrompida por explosões e o que se segue são imagens de gente correndo e então eis que aparece rolando pelas ruas a cabeça da estátua da liberdade, indicando que a cidade é Nova York (para variar...). O vídeo não tem o nome do filme, nada. Total mistério!

Agora foi liberado o segundo vídeo, agora já mostrando o nome do filme: "Cloverfield". Só que esse vídeo é ainda mais intrigante. Ele dura pouco mais de dois minutos. Em seu começo, surge na tela a mensagem de que veremos cenas extraídas de diversas câmeras econtradas numa tal área 447 - "área anteriormente conhecida como Central Park". A partir daí, surge uma montagem com várias cenas de catástrofes: luzes, explosões, pessoas correndo... Há também helicópteros e soldados disparando metralhadoras apontadas para o alto - e tudo parece indicar que eles estão combatendo alguma espécie de monstro... Detalhe, notem que aos 1:29 do vídeo, entre os prédios aparece bem rápido o tal monstro. Tem que ter olho bom para ver...

No vídeo há também um depoimento de um certo Rob Hawkings - personagem que apareceu em uma festa de despedida no primeiro trailer. Desta vez, olhando para câmera, Hawkings diz: "Possivelmente há sete horas atrás, algo atacou a cidade. Se vocês encontraram essa filmagem, se vocês estão assistindo a essa filmagem, então devem saber mais do que eu a respeito".

"Cloverfield" será lançado nos Estados Unidos dia 18 de janeiro de 2008, e ainda não tem previsão de estréia no Brasil. Dei uma olhada hoje e tem vários outros pequenos vídeos de promoção do filme. Vale a pena ver e também olhar os comentários e os vídeos de sacanagem que os caras fazem (tem um que é o meu preferido).

O mais legal dessa história é que o JJ Abrams deu uma entrevista recentemente no qual ele comenta que existem diversos sites espalhados pela web com dicas sobre o filme. Um desses sites já foi descoberto.

Parece que ele curtiu todo o boca-a-boca gerado pelo Lost e aprendeu bem como utilizar a web como ferramenta de promoção para o filme.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Divagações sobre o mercado fonográfico

Uma das grandes crises geradas pelo surgimento da Internet está no mercado fonográfico. Através de tecnologias P2P e outras formas de compartilhamento de arquivos, ficou cada vez mais inviável a tentativa de controlar a disseminação gratuita de conteúdo de áudio pela web. Isso hoje é uma realidade contra a qual não adianta mais tentar-se combater. Ponto.

No entanto, essa nova realidade nos obriga a fazer algumas reflexões importantes sobre o que está em jogo e como seria um possível cenário dentro dessa realidade.

Primeiramente, gostaria de tratar o assunto do ponto de vista do usuário. Inegavelmente é uma enorme vantagem para o usuário o fato dele poder consumir um produto sem que precise pagar algo por isso. Essa realmente é a grande vantagem, inegavelmente. No entanto, essa necessidade não surgiu com a Internet. Ela apenas foi potencializada pela sua tecnologia. Quem, nos anos 80 e 90, não gravou uma fita cassete com um disco de uma banda que gostasse, mas não tinha dinheiro, interesse ou acesso para comprar o seu CD/LP? Claro que a escala era muito menor, o que não significava um dano à indústria fonográfica. No entanto, o importante é que ali já estava presente a necessidade. Ela sempre existiu, não surgiu com a Internet.

Nesse exemplo, entra um outro ponto fundamental dessa história: o acesso. Antigamente ficávamos reféns das gravadoras. Se a banda que eu gostasse não tivesse o seu CD lançado nacionalmente, tínhamos que comprar a sua versão importada. E ela custava caro pra caramba! Isso para não dizer quando a gravadora fazia um péssimo trabalho de divulgação. Às vezes tinha que ficar esperando meses até que finalmente o CD chegasse às lojas. Aliás, as próprias lojas não ajudavam muito, pois normalmente só disponibilizavam álbuns de grandes artistas em seu acervo. As lojas mais especializadas também eram muito caras, pois sabiam que o seu produto era raro. Quem gosta de algum gênero musicial um pouco mais “underground” e viveu nos anos 80 e 90 sabe do que estou falando. Nesse sentido, podemos dizer que a revolução que acontece agora dá um sentimento de vingança para quem passou por tudo isso. Agora nós temos o poder!

Mas isso nos remete ao ponto de vista do artista. É inegável que os downloads gratuitos estão tirando dinheiro dos artistas. A venda de CDs sempre foi uma das principais fontes de renda dos artistas. No entanto, ela trouxe alguns pontos bastante positivos ao meio artístico, os quais gostaria de compartilhar com vocês logo abaixo.

  1. Mais pessoas têm acesso ao trabalho dos artistas. Quem em sã consciência brigaria com o mundo pelo fato de haver mais pessoas ouvindo o seu trabalho? Esse não é o objetivo de qualquer artista? Ter o seu trabalho reconhecido pelo máximo de pessoas possível? E se mais pessoas têm acesso ao seu trabalho, mais elas o disseminam para outras pessoas o que se reflete em maior público em shows, venda de merchandise, etc. Então, de alguma forma, isso pode, sim, estar gerando receita para os artistas. Não diretamente, mas através de outras fontes. Além do fato de que isso permite lançar um trabalho com um menor investimento em promoção.
  2. O que passa a ter relevância é a música. Para quem faz música de qualidade, isso é um diferencial importante, pois esses vão continuar mantendo uma base consistente de fãs que vão com certeza aumentar com o passar do tempo. No entanto, se você é um artista que precisa ter um clipe superproduzido, com quarenta bailarinos, uma coreografia com conotação sexual, explosões no palco e roupas de moda para se vender, então deve realmente ficar preocupado, pois a imagem perde relevância. Se o futuro por um acaso acabar com as gravadoras (o que acho que não ocorrerá) vai ser difícil emplacar sem o jabá, participando de todos os programas de TV de todos os canais das grandes emissoras. Voltaremos às raízes da música, onde o que importa é a obra do artista.

  3. Novos artistas podem divulgar os seus trabalhos para mais pessoas. Com um pouco de criatividade e talento, você pode ter os mesmos resultados de divulgação que um artista top, tendo um esforço imensamente inferior de investimento. Quem não conhece o clipe da banda Ok Go! (aquele das esteiras!)? O clipe é tosco, feito em um take com uma única câmera, mas, depois de publicado no Youtube virou fenômento na rede e foi visto por milhões de pessoas que passaram a conhecer o seu trabalho. Alguns gostaram e foram atrás de suas músicas e outros ao menos ficaram com uma boa impressão e uma boa lembrança da banda. Também temos o exemplo da banda Arctic Monkeys que era febre na Internet antes de ser contratada por uma gravadora. Antes da Internet, essas bandas tinham que gravar um CD independente e lutar muito para que uma gravadora se interessasse pelo seu trabalho. E quantas boas bandas não devem ter se perdido pelo fato das gravadoras não demostrarem interesse no seu trabalho, muitas vezes baseado num sentimento do que era “vendável” ou não. Hoje, quem decide se a banda é boa ou não é o público.

Claro que a remuneração é um ponto importante. Mas nesse sentido, já temos algumas experiências interessantes. A banda Radiohead, após o vencimento do seu contrato com a sua gravadora resolveu lançar de forma independente o seu novo álbum. No entanto, antes do lançamento do álbum físico colocou-a para download no seu site, no qual o usuário decide quanto quer pagar por ele. E você pode resolver não pagar nada por ele! E não é que tem gente que paga! Quase metade dos usuários e em média pagaram 2,47 libras. Claro que isso se refere à versão para download, pois o disco com o boxset tem um valor fixado de 40 libras. Mas se o problema são os downloads ilegais, é esse tipo de venda que importa, não? O que der para ganhar de uma fonte que hoje não gera nenhuma receita é lucro! Ainda mais pelo fato de que não se tem quase nenhum custo para a venda. Resultado: esse é o disco com o qual a banda teve o maior retorno financeiro. É claro que devemos considerar que o Radiohead já é uma banda bastante conhecida, mas também temos que ponderar que a sua fama foi feita em uma época diferente da que vivemos atualmente. Será que uma banda não consegue alcançar esse nível de reconhecimento sem uma gravadora, apenas utilizando a web como meio de divulgação? O tempo dirá...

Para fechar as divagações sobre o assunto, gostaria de compartilhar um trecho de uma matéria sobre o assunto que li em uma edição da revista Super Interessante (edição 223) que acho que resume bem esses pontos expostos acima. Na matéria, é citada uma pesquisa realizada por Joel Waldfogel e Rafael Rob da Universidade da Pensilvânia, EUA, que apontou que as redes P2P de fato provocaram uma queda nas vendas dos artistas mais populares, que respondem por uma parcela de 25% do meio musical. No entanto, os outros 75% de músicos menos conhecidos aumentaram suas vendas graças ao maior espaço para divulgação. No entanto, a conclusão mais surpreendente do estudo é que, em geral, essas redes trazem 3 vezes mais ganhos para a sociedade como um todo do que as perdas que provocaram para a indústria musical. Segundo a conclusão dessa pesquisa, não existem mais bandas desconhecidas, seriados antigos ou filmes fora de catálogo. Os consumidores se tornaram mais instruídos, exigentes e seletivos. Tudo está à disposição. O problema é como garantir essas vantagens e ainda recompensar artistas e gravadoras.

Busca por veículos no site da GM

Recomendo que acessem a área de compra do novo site da GM mundial e vejam que sensacional a forma de exposição dos resultados de busca. O formulário de busca já tem um esquema bacana que é aquela forma de selecionar a faixa de valor, mas a forma de exposição dos resultados é genial! Outros pontos altos: a seleção dos favoritos, a comparação de modelos e a escolha do fundo para visualização do veículo.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Tá difícil...

No site Tá difícil, pessoas postam todas as suas frustações na utilização de sites, produtos e serviços, mostrando como é possível complicar aquilo que aparentemente é óbvio e simples. Além de garantir uma boa diversão (o problema do furinho do Suco Kapo eu já senti na pele...), também é uma boa oportunidade para reflexão de alguns problemas que muitas vezes nós mesmos criamos, sem se dar conta de o quanto a solução é óbvia. Vale a navegada.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

The machine is us/ing us

Para quem não viu, vale a pena ver esse vídeo. Explica de uma maneira mais do que clara e criativa o que é a web 2.0 e a web em geral. Ele foi feito pelo professor de antropologia cultural da Universidade do Estado de Kansas, Michael Wesch, que produziu e gravou tudo em sua casa. Legal que ele disponibilizou o vídeo para que as pessoas possam baixar e inclusive alterá-lo, só pedindo para dar crédito à ele. O link no Youtube onde tem mais informações sobre o vídeo é http://youtube.com/watch?v=NLlGopyXT_g. Vale dar uma olhada nos outros vídeos que ele postou. Também são muito interessantes.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Vídeo do Steve Krug

Achei um vídeo bem legal do Steve Krug, autor do livro "Não me faça pensar!". É bem bacana, pois ele explica vários dos conceitos e idéias desenvolvidos no livro. Aliás, quem trabalha com web de alguma forma e ainda não leu, recomendo que leia. Basta clicar no "Play Video" naquele destaque azul com a foto dele (é sempre bom explicar o que fazer, pois tem gente que não acha o link...).

CD: alguém sabe quando é o velório?

O CD está morto, mas ninguém contou para ele ainda. Não estou falando nenhuma novidade (embora ainda tenha gente que ache que não, pessoas obsoletas como eu...), mas acho que vale discutir um pouco esse assunto, pois ele nos leva a algumas conclusões interessantes. Mais que a pirataria, o grande inimigo do CD é o download gratuito de músicas. A pirataria nada mais é do que uma ação de guerrilha, uma "democratização" de um bem de consumo que está fora do poder aquisitivo de grande parte da população. Para acabar com a pirataria, basta baixar o preço do CD. Quem compraria um CD pirata tendo um oficial por um preço igual ou levemente superior? O CD pirata não altera em nada a forma e o hábito do consumo das pessoas. Elas compram da mesma forma e o consomem da mesma forma.

Não é aí que mora o perigo. O perigo está no download gratuito. Por quê? Porque ele altera justamente a forma e o hábito de consumo das pessoas e inclusive o formato do próprio produto. Elas não pagam nada para consumir o produto e não vêem nada de errado nisso. Eu baixo, você baixa, todo mundo que tem acesso a um computador e uma conexão razoavelmente rápida em casa, no trabalho ou na casa de um amigo baixa também. E não fica nem vermelho. E nem saímos de casa para isso. Isso sim é democracia! Podemos ouvir tudo o que temos vontade e decidir o que realmente nos interessa e o que não nos interessa. Ruim para aquelas bandas de uma música só...

Também altera o nosso hábito de consumo do produto. A música em formato digital pode ser reproduzida em diferentes mídias. No seu Ipod quando está na academia, no seu celular quando está no ônibus, no seu computador quando está no trabalho, em um CD-RW no seu rádio do carro que toca MP3 e até em CDs, caso você queira. Há alguns anos atrás (não faz muito tempo não, talvez 5 ou 6 anos) em cima da minha mesa eu tinha uma pilha de CDs que eu ouvia durante o trabalho. 10 ou 15 CDs. Hoje eu não tenho nenhum em cima da mesa, mas tenho mais de 100 no meu micro. O que isso significa: que o CD é uma mídia ultrapassada. Fadada a morrer. Só não marcaram a data do enterro ainda.

No entanto, isso nos traz outras reflexões que vou deixar para um outro post. Qual o impacto disso na indústria fonográfica, quando eu baixo o que eu quero, e o produto que eu consumo é exclusivamente a música, sem imagens, displays, brindes, etc? Deixe o seu comentário. Semana que vem posto a minha visão sobre o assunto e o que eu acho que vai acontecer.

Estamos ficando obsoletos...

E eis que finalmente tomei coragem (e a iniciativa) e resolvi criar um blog para expor os meus pensamentos e compartilhar com quem tiver interesse em trocar idéias comigo algumas das minhas divagações a respeito do mundo digital e da realidade do trabalho em uma agência digital. Estava me sentindo totalmente obsoleto. Trabalho com web, analiso tendências, novidades do mundo digital e ainda não tinha entrado na era dos blogs. Realmente, admito, estava ficando vergonhoso...

Mas, afinal, aí está. E é justamente esse tema que gostaria de discutir nesse meu primeiro post (não vou colocar "Hello World", né...). Hoje estava almoçando com meu amigo e colega de trabalho Lucio Aquino e fiz essa frase de impacto: "Lucio, estamos ficando obsoletos!". Ele não concordou muito comigo, mas vamos aos fatos:

1) Eu escrevo no msn, em e-mails e até em torpedos (que foram daquelas coisas que inventaram para ninguém com pouco paciência digitar) com o português correto, com acentuação e pontuação. Tudo certinho. E ainda reviso antes de mandar!
2) Se quero falar com um amigo meu, não mando torpedo. Ligo para ele. Aliás, não consigo entender como uma pessoa pode trocar mensagens como "E aí, o que tu tá fazendo" por celular ao custo de uns R$ 0,25 por mensagem (e essa é só a primeira de muitas mensagens).
3) Não acho que ver um filme no computador possa substituir a experiência de ver um filme no cinema

Além desses exemplos, devo ter outros, mas acho que esses são suficiente para provar o meu ponto de vista: as pessoas da minha geração não são parâmetro para avaliarmos o impacto da web nos hábitos das pessoas. Crescemos em uma época em que o computador era caro pacas. Só os meus colegas mais abonados tinham e olhe lá! Internet então, nem pensar. O fato é que a base da nossa formação foi feita numa realidade que não existe mais. Por isso que por mais que eu seja um profissional que atua no mundo digital e procure me atualizar com as mais diversas tendências e experimentar todas elas para avaliar como posso utilizá-las no meu negócio, ainda tenho resistência em abrir mão de velhos hábitos. Hábitos esses que a geração que hoje está entrando na linha de consumo não tem.

Por isso, quando fizermos avaliações sobre qual será o futuro da indústria fonográfica, indústria cinematográfica, relacionamento com consumidores, temos que nos despir de todo e qualquer pré-conceito que tenhamos. Temos que entender como a nova geração pensa, como eles interagem com o meio para ver realmente o que vai pegar e o que não vai.

Tenho uma filha de 5 anos e é impressionante a facilidade com que ela navega na Internet para jogar em sites como os da Barbie, Polly Pocket, Discovery Kids, etc. Ela ainda não está alfabetizada, por isso ainda pede para eu digitar o endereço dos sites, mas a partir daí ela assume o controle e navega e interage com os sites totalmente sem medo e sem preocupação. Ela sabe que se errar o caminho pode voltar e tentar de novo. Ao contrário da minha mãe que morre de medo do mouse...

Por isso, por mais que estejamos por dentro das tendências, não somos parâmetro para uma análise do futuro. Estamos nos tornando obsoletos, querendo ou não...