segunda-feira, 29 de outubro de 2007

CD: alguém sabe quando é o velório?

O CD está morto, mas ninguém contou para ele ainda. Não estou falando nenhuma novidade (embora ainda tenha gente que ache que não, pessoas obsoletas como eu...), mas acho que vale discutir um pouco esse assunto, pois ele nos leva a algumas conclusões interessantes. Mais que a pirataria, o grande inimigo do CD é o download gratuito de músicas. A pirataria nada mais é do que uma ação de guerrilha, uma "democratização" de um bem de consumo que está fora do poder aquisitivo de grande parte da população. Para acabar com a pirataria, basta baixar o preço do CD. Quem compraria um CD pirata tendo um oficial por um preço igual ou levemente superior? O CD pirata não altera em nada a forma e o hábito do consumo das pessoas. Elas compram da mesma forma e o consomem da mesma forma.

Não é aí que mora o perigo. O perigo está no download gratuito. Por quê? Porque ele altera justamente a forma e o hábito de consumo das pessoas e inclusive o formato do próprio produto. Elas não pagam nada para consumir o produto e não vêem nada de errado nisso. Eu baixo, você baixa, todo mundo que tem acesso a um computador e uma conexão razoavelmente rápida em casa, no trabalho ou na casa de um amigo baixa também. E não fica nem vermelho. E nem saímos de casa para isso. Isso sim é democracia! Podemos ouvir tudo o que temos vontade e decidir o que realmente nos interessa e o que não nos interessa. Ruim para aquelas bandas de uma música só...

Também altera o nosso hábito de consumo do produto. A música em formato digital pode ser reproduzida em diferentes mídias. No seu Ipod quando está na academia, no seu celular quando está no ônibus, no seu computador quando está no trabalho, em um CD-RW no seu rádio do carro que toca MP3 e até em CDs, caso você queira. Há alguns anos atrás (não faz muito tempo não, talvez 5 ou 6 anos) em cima da minha mesa eu tinha uma pilha de CDs que eu ouvia durante o trabalho. 10 ou 15 CDs. Hoje eu não tenho nenhum em cima da mesa, mas tenho mais de 100 no meu micro. O que isso significa: que o CD é uma mídia ultrapassada. Fadada a morrer. Só não marcaram a data do enterro ainda.

No entanto, isso nos traz outras reflexões que vou deixar para um outro post. Qual o impacto disso na indústria fonográfica, quando eu baixo o que eu quero, e o produto que eu consumo é exclusivamente a música, sem imagens, displays, brindes, etc? Deixe o seu comentário. Semana que vem posto a minha visão sobre o assunto e o que eu acho que vai acontecer.

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