segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Estamos ficando obsoletos...

E eis que finalmente tomei coragem (e a iniciativa) e resolvi criar um blog para expor os meus pensamentos e compartilhar com quem tiver interesse em trocar idéias comigo algumas das minhas divagações a respeito do mundo digital e da realidade do trabalho em uma agência digital. Estava me sentindo totalmente obsoleto. Trabalho com web, analiso tendências, novidades do mundo digital e ainda não tinha entrado na era dos blogs. Realmente, admito, estava ficando vergonhoso...

Mas, afinal, aí está. E é justamente esse tema que gostaria de discutir nesse meu primeiro post (não vou colocar "Hello World", né...). Hoje estava almoçando com meu amigo e colega de trabalho Lucio Aquino e fiz essa frase de impacto: "Lucio, estamos ficando obsoletos!". Ele não concordou muito comigo, mas vamos aos fatos:

1) Eu escrevo no msn, em e-mails e até em torpedos (que foram daquelas coisas que inventaram para ninguém com pouco paciência digitar) com o português correto, com acentuação e pontuação. Tudo certinho. E ainda reviso antes de mandar!
2) Se quero falar com um amigo meu, não mando torpedo. Ligo para ele. Aliás, não consigo entender como uma pessoa pode trocar mensagens como "E aí, o que tu tá fazendo" por celular ao custo de uns R$ 0,25 por mensagem (e essa é só a primeira de muitas mensagens).
3) Não acho que ver um filme no computador possa substituir a experiência de ver um filme no cinema

Além desses exemplos, devo ter outros, mas acho que esses são suficiente para provar o meu ponto de vista: as pessoas da minha geração não são parâmetro para avaliarmos o impacto da web nos hábitos das pessoas. Crescemos em uma época em que o computador era caro pacas. Só os meus colegas mais abonados tinham e olhe lá! Internet então, nem pensar. O fato é que a base da nossa formação foi feita numa realidade que não existe mais. Por isso que por mais que eu seja um profissional que atua no mundo digital e procure me atualizar com as mais diversas tendências e experimentar todas elas para avaliar como posso utilizá-las no meu negócio, ainda tenho resistência em abrir mão de velhos hábitos. Hábitos esses que a geração que hoje está entrando na linha de consumo não tem.

Por isso, quando fizermos avaliações sobre qual será o futuro da indústria fonográfica, indústria cinematográfica, relacionamento com consumidores, temos que nos despir de todo e qualquer pré-conceito que tenhamos. Temos que entender como a nova geração pensa, como eles interagem com o meio para ver realmente o que vai pegar e o que não vai.

Tenho uma filha de 5 anos e é impressionante a facilidade com que ela navega na Internet para jogar em sites como os da Barbie, Polly Pocket, Discovery Kids, etc. Ela ainda não está alfabetizada, por isso ainda pede para eu digitar o endereço dos sites, mas a partir daí ela assume o controle e navega e interage com os sites totalmente sem medo e sem preocupação. Ela sabe que se errar o caminho pode voltar e tentar de novo. Ao contrário da minha mãe que morre de medo do mouse...

Por isso, por mais que estejamos por dentro das tendências, não somos parâmetro para uma análise do futuro. Estamos nos tornando obsoletos, querendo ou não...

2 comentários:

  1. Não concordei no almoço e vou continuar não concordando...rs... Uma pesso não se torna obsoleta pois ela muda e se transforma. Obsoleto é um adjetivo apropriado para utensilios não para nós. Nesse post vc começou um blog, amanhã vai escrever vc e depois não sei... Importante tb dizer q tem muita coisa que está acontecendo não são avanços, um bom exemplo é o lance do msn perguntando "o q vc tá fazendo" é uma involução. Bom isso dá muita conversa, q poderíamos ter num bar e não nessa interface orrorosa de um blog, isso é uma evolução?

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  2. Nem toda novidade é uma evolução, como tu mesmo disseste. Mas o fato é que alguns hábitos estão mudando. Valores estão mudando. Para mim, algumas coisas estão mudando para pior, mas o fato é que estão mudando. E nós não vemos valor em muitas delas. Mas será que importará no futuro que a gente considere isso? Ou será que seremos atropelados por essas mudanças?

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